Em setembro, a Brigada Militar vai inaugurar um centro de instrução em Itaara. O espaço de treinamento está sendo instalado no Centro de estudos, treinamento, reprodução animal e pesquisa ambiental (Cetrapa), onde já existe a Coudelaria da Serra. Com foco nos polos de policiamento montado do Rio Grande do Sul, o serviço é considerado também referência em outros estados brasileiros.
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História
O espaço surgiu com o nome de criatório de equinos da Brigada Militar, passando por reformulações nos últimos anos.
– Como criatório, ele começou por volta de 1989. Só que a criação de equinos era algo bem rústico. A Brigada Militar comprava equinos de diversas raças e recebia doações. Não existia um padrão. Onde se conseguia cavalos, a Brigada Militar fazia essa aquisição. Em 2007, ela foi reconhecida como Coudelaria da Serra e começou-se uma criação realmente homogênea, dando atenção ao padrão de altura dos animais, para a raça, com a escolha da raça Brasileiro de Hipismo, e para a pelagem dos animais. Tudo isso foi levado em conta e, desde então, começamos a ter essa padronização no criatório – explica a chefe do Cetrapa e capitã veterinária da Brigada Militar, Paula Cardoso de Almeida Silva, 37 anos.
Atualmente, com 138 cavalos, o local é responsável por processos de reprodução, criação e treinamento de cavalos da raça Brasileiro de Hipismo, utilizados pelas cavalarias da Brigada Militar. O valor de um animal deste grupo pode passar de R$ 25 mil. No contexto atual, o trabalho feito na Coudelaria da Serra permite, principalmente, a reposição de quatro polos de policiamento montado nas seguintes cidades: Santa Maria, Santana do Livramento, Passo Fundo e Porto Alegre. Conforme a capitã Paula, o próximo passo é aumentar a produção.
– O criatório apresentou uma diminuição no número de animais criados. Estávamos criando em torno de 10 a 15 animais. Então, a nossa ideia é aumentar para 30, que é uma prospecção que fizemos para repor os polos – afirmou.
Reconhecimento
Além de ser referência no Estado, a Coudelaria da Serra tem conquistado reconhecimento no Brasil inteiro devido a algumas características do processo.
– Esse espaço é uma referência para todo o Estado e até para polícias de outros Estados, principalmente pela genética que viemos desenvolvendo ao longo dos anos e pela forma com que os criamos. Nós tivemos muitos feedbacks sobre como os nossos animais são mansos, tranquilos, leais e bem preparados para a atividade de policiamento montado, que é uma ação bem diferente de outros esportes equestres. Os nossos animais, desde o momento que nascem, já têm uma atenção voltada para criar um vínculo muito firme com o homem e para que isso seja muito forte no desempenho das atividades. São animais que não têm medo de fogo, estampidos e multidões – disse a capitã.